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Crónica A Voz do Cigano: A música, o canto e as danças ciganas

19/05/2020

A música, o canto e as danças são indissociáveis das raízes e da cultura do povo cigano. Além dos períodos de festa, estão presentes em muitos momentos do dia a dia da comunidade, onde o amor, a paz, a alegria e o sofrimento no mundo, são os temas mais cantados pelos ciganos, materializados em muitas das letras da música folclórica. O virtuosismo dos músicos ciganos é admirado na Europa há centenas de anos.

Há muitos ciganos músicos, em todo o mundo. Os ciganos aprendem a tocar, cantar e dançar muito cedo. A primeira coisa que as mães ciganas ensinam aos bebés é "bater os peitilhos" (estalar os dedos) e a seguir é bater palmas à maneira cigana.

Normalmente, quando um cigano começa a cantar ou a tocar, aparecem outros ciganos e faz-se uma grande festa.

Também a dança cigana é passada pelos pais, avós, tios e familiares mais velhos, aos mais jovens. Não há uma coreografia exata nos movimentos das ciganas e ciganos, mas há uma forma de comunicação nos seus gestos ao dançar, que só os ciganos conhecem.

A dança cigana é feita com grande sentimento e força de expressão, os ciganos dançam quando estão alegres, para comemorar uma celebração como um casamento ou batizado, mas também dançam nos raros momentos de tristeza, pois através da dança transmitem sentimentos e emoções.

Podem ser executadas de maneira solitária, em par ou em grupo, de forma profissional ou amadora, festiva, sagrada ou ritualística. Nos momentos mais descontraídos, os ciganos fazem danças mais livres, sem regras, onde cada um se diverte como quer, mas nunca se esquecendo do recato e dos limites entre homens e mulheres.

Existem vários tipos de movimentos nas danças ciganas: o sorriso e o brilho nos olhos têm a intenção de complementar o que está a ser dançado; o mexer de ombros e a inclinação da cabeça para trás, para chamar a atenção dos cabelos longos; os punhos, mãos e dedos têm a característica de girar, como gesto de insinuação e de captação de energias e até as palmas na dança, tem o objetivo de afastar a energia negativa para longe.

Em respeito às tradições, homens e mulheres dançam sem haver contacto físico entre os dois. Mesmo sem coreografia, os ciganos sabem exatamente como dançar, desde muito pequenos, com passos marcantes que requerem grande agilidade e condicionamento físico.

As danças ciganas podem ser de vários tipos: danças festivas, que comemoram os aniversários, casamentos ou normalmente o dia-a-dia; danças sagradas que eram executadas nas festas religiosas, em culto aos antepassados ou em agradecimento a Deus; danças ritualísticas, que eram utilizadas antigamente para exprimir a cultura cigana, como por exemplo a dança do fogo, ritual da lua cheia, dança dos punhais, iniciações, etc.

Para esta comunidade a dança cigana é mágica, pois reflete a alegria de um povo, que trás consigo o mistério através dos passos e dos movimentos que saúdam, invocam e fazem fluir a mais bela e elevada vibração energética.

Para muitos ciganos, a Dança Cigana não só faz bem ao corpo, mas também à alma. Formada por vários ritmos e coreografias diferentes, cada qual com o seu significado, num composto de leveza, alegria e sentimentos, onde cada movimento conta a história dos ciganos.

Os movimentos da Dança Cigana podem expressar sensualidade, amor, raiva, alegria ou tristeza com a graça de uma dança bonita, atrativa e muito exótica. Além do mais, eleva a autoestima da dançarina, demonstrando toda a sua sensualidade.

Os seus ritmos envolvem gêneros musicais e coreografias de outros países, tais como o merengue, a salsa, a rumba, o flamenco, ritmos folclóricos da Itália, de Espanha, Húngaros, Russos, do Médio Oriente e até do Egito.

Não se sabe ao certo a sua origem, podendo-se dizer assim, que é uma dança mundial, devido ao seu ecletismo nos ritmos e movimentos.

 

Crónica do projeto InterCOOLturas - Mediadores Municipais e Interculturais (POISE-03-4233-FSE-000036) promovido pela Câmara Municipal de Castelo Branco em parceria com a Amato Lusitano – Associação de Desenvolvimento com o objetivo de apresentar de uma forma simplista as diferentes áreas que compõem o quotidiano do povo cigano e também algumas curiosidades.

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