Nos dias 16 e 17 de maio de 2025, Castelo Branco foi palco do IV Encontro Europeu “Cidades Mediadoras”, sob o mote “Mediação em Territórios Inclusivos”, uma iniciativa conjunta da Câmara Municipal de Castelo Branco, da Amato Lusitano – Associação de Desenvolvimento e da CreE.A – Associação Europeia para a Mediação Social, com a colaboração da Junta de Freguesia de Castelo Branco e da Cáritas Interparoquial de Castelo Branco.
Este encontro reuniu diversas entidades nacionais e internacionais, mediadores/as, académicos/as e representantes da sociedade civil, com o objetivo de promover o diálogo e a partilha de práticas em torno da mediação como ferramenta essencial para a inclusão, a resolução de conflitos e o fortalecimento da coesão social nos territórios.
A sessão de abertura, realizada no Cine-Teatro Avenida Castelo Branco, contou com a presença de cerca de 170 pessoas, foi iniciada com uma atuação das Adufeiras da USALBI e marcada por intervenções que destacaram a importância do evento para a cidade e para a rede europeia de mediação social. Em representação do Presidente da Câmara Municipal, Leopoldo Rodrigues, tomou a palavra Fátima Santos, sublinhando o orgulho de Castelo Branco em acolher esta quarta edição do Encontro Europeu e reforçando o compromisso do município com políticas públicas promotoras de inclusão e coesão social.
Nas várias intervenções, que incluíram ainda Saloua Bouzid, Presidente da CreE.A, Sofia Costa, em substituição de Ilda Figueiredo, Vasco Malta, em representação da Organização Internacional para as Migrações e Arnaldo Braz, Presidente da Amato Lusitano – Associação de Desenvolvimento, foi recordado o percurso da iniciativa “Cidades Mediadoras”, que já passou por outras cidades europeias, reforçando uma rede transnacional de partilha de boas práticas e inovação social, foi destacada a crescente relevância da mediação a nível europeu, apelando ao reforço da formação de mediadores/as e à valorização do seu papel junto das comunidades. Foi sublinhada a pertinência da mediação na gestão da diversidade e no acolhimento de pessoas migrantes, foi destacado o contributo da mediação para a construção de uma cultura de paz, particularmente em tempos de polarização e desigualdade. Foi ainda enaltecido o trabalho de proximidade que tem vindo a ser desenvolvido localmente, enfatizando o potencial da mediação na resposta aos desafios sociais contemporâneos.
A conferência de abertura – “Porquê a Mediação nos Territórios?”, proferida pela Prof.ª Doutora Ana Maria Costa e Silva (Universidade do Minho / CreE.A) – ofereceu uma reflexão aprofundada sobre os desafios atuais da convivência em contextos diversos, sublinhando a necessidade de consolidar a mediação como um instrumento transversal de cidadania, justiça e paz.
Durante a tarde, a mesa redonda dedicada à mediação social como instrumento para a construção da paz, teve lugar na Biblioteca Municipal António Salvado e contou com cerca de 100 participantes, evidenciando o papel fundamental dos/as mediadores/as na transformação positiva dos conflitos e no fortalecimento do tecido comunitário. Participaram nomes ligados ao meio académico, associativo e institucional, com moderação da Prof.ª Dra. Elizabete Pinto (Universidade Lusófona).
Em simultâneo, realizaram-se dois workshops de capacitação. O primeiro, na Biblioteca Municipal António Salvado, explorou metodologias participativas em cidadania global; o segundo, na USALBI | Universidade Sénior Albicastrense, centrou-se nos desafios da mediação territorial. A Biblioteca Municipal acolheu ainda a exposição fotográfica “Construir na Diversidade”, da Amato Lusitano – Associação de Desenvolvimento.
O dia terminou com um concerto da Sinfonietta de Castelo Branco, na Fábrica da Criatividade, num momento de celebração e convivência cultural.
No sábado, dia 17, decorreu a Assembleia Geral da CreE.A, durante a qual foi formalizada a adesão da Amato Lusitano – Associação de Desenvolvimento como nova associada da rede europeia. A manhã na Casa do Arco do Bispo incluiu também a exposição fotográfica “Sou Mulher, Sou Cigana”, do fotógrafo José Pio, e a tarde foi dedicada a uma visita cultural pela cidade, sublinhando a riqueza do património local e a identidade cultural de Castelo Branco.
Este IV Encontro Europeu reafirmou a centralidade da mediação como uma abordagem humanista e estratégica para enfrentar desigualdades, prevenir conflitos e fomentar comunidades mais justas e dialogantes. Os/as mediadores/as sociais desempenham um papel cada vez mais relevante na criação de pontes entre diferentes grupos, instituições e culturas, sendo estes encontros um espaço essencial de formação, partilha e reconhecimento.
