O Dia dos Namorados, assinalado a 14 de fevereiro, é uma data comemorativa na qual se celebra a união amorosa entre casais. Esta união tem sofrido diversas alterações ao longo do tempo, tanto a nível dos papéis de género como da noção do conceito de namoro, e mesmo da sua demonstração. Antigamente, o namoro era menos livre, mais rígido e quase imposto pelas famílias do casal. Eram tempos de namoro de curta duração, considerando o objetivo principal de casar e constituir família, em que as mulheres não viam a sua liberdade assegurada, estando sujeitas às vontades e desejos das suas famílias. Ao longo do tempo, com a evolução do conceito de igualdade de género, os papéis de género, femininos e masculinos, foram mudando, existindo maior liberdade de cada um e, consequentemente, da vivência das relações de namoro.
Quando ouvimos histórias “do tempo dos nossos avós”, percebemos que os namoros mudaram, existindo, hoje, autonomia na escolha dos/as parceiros/as e liberdade para expressar o amor entre um casal. Estas mudanças, levaram, também, a que a violência no namoro tomasse uma maior proporção, não apenas pela liberdade inerente ao desenvolvimento das relações, mas pela denúncia de muitos comportamentos violentos no namoro que, antigamente, não eram percecionados como violência, ou até que, sendo violência, eram mascarados e escondidos pelas vítimas (na sua maioria mulheres), por receio de represálias.
Com a evolução dos tempos, das mentes e da tecnologia, surgiram novas formas de violência que antigamente não existiam, como é o caso da violência através das redes sociais. A nova era que vivemos, levou a que a violência no namoro fosse, consequentemente, mais evidente, levando a que as vítimas começassem a perder a vergonha e o medo que as assombrava, resultando em pedidos de ajuda. Desta forma, em 2013, a violência no namoro foi considerada crime público, podendo a queixa ser realizada por qualquer cidadão/ã e não apenas pelas vítimas, sendo abrangida pelo Artigo 152º - Violência Doméstica, do Código Penal.
